O Bitcoin enfrenta novas pressões inflacionárias após a divulgação dos dados do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) dos EUA, que superaram as expectativas dos analistas. A grande questão é: a principal criptomoeda conseguirá manter esse suporte chave para evitar uma queda para mínimas de vários meses?

Inflação Pressiona o Mercado

Em 28 de março, o Bitcoin buscou um fundo local em meio à divulgação dos dados de inflação dos EUA, que ficaram acima das expectativas. O par BTC/USD caminhou para a marca de US$ 84.000 após a abertura dos mercados em Wall Street.

Os dados de fevereiro do PCE mostraram uma aceleração da inflação, contrastando com os resultados do mês anterior. Embora os números mensais e anuais do PCE tenham ficado alinhados às previsões do mercado (0,3% e 2,5%, respectivamente), seus equivalentes núcleos ficaram 0,1% acima do esperado.

“A inflação núcleo está subindo novamente”, destacou o recurso analítico The Kobeissi Letter em um relatório no X, acrescentando que os dados de janeiro também foram revisados para cima. Analistas apontaram que a trajetória macroeconômica atual forma “a receita perfeita para uma estagflação em 2025.”

Bitcoin em Período de Consolidação

Embora o Bitcoin não tenha reagido imediatamente ao alerta de inflação, participantes do mercado estavam preparados para volatilidade.

“Os dados do PCE sairão em breve, então acho que teremos um dia volátil nos mercados”, escreveu o trader Daan Crypto Trades na rede X.

Outros analistas expressaram dúvidas sobre a força do mercado cripto, concordando que o Bitcoin ainda não saiu da zona de perigo, apesar de ter se mantido acima de US$ 80.000 por várias semanas.

“A tendência do Bitcoin ainda é de alta, mas começa a parecer mais fraca”, afirmou o trader e analista Michaël van de Poppe. “A situação é instável. Se cairmos abaixo de US$ 84.000, acho que veremos um teste dos níveis de US$ 78.000 a US$ 80.000, possivelmente mais baixos antes de retomarmos a alta.”

As condições atuais apontam para um período de consolidação para o Bitcoin após ganhos recentes. O suporte crítico continua sendo US$ 84.000, e uma queda abaixo desse nível pode levar a testes de preços mais baixos.

ETFs de Bitcoin Mantêm Fluxos Positivos

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) dos EUA, que acompanham o preço do Bitcoin, continuam a atrair investidores pelo décimo dia consecutivo, marcando a mais longa sequência de entradas desde dezembro.

“Isso indica que, embora os investidores institucionais não estejam demonstrando um apetite agressivo por risco, ainda há demanda por Bitcoin no mercado”, afirmou Min Jung, analista da Presto Research.

De acordo com dados da SoSoValue, as entradas líquidas totais nos ETFs de Bitcoin atingiram US$ 89 milhões em 27 de março, lideradas pelo fundo FBTC da Fidelity, que atraiu US$ 97,14 milhões. O ETF IBIT da BlackRock recebeu quase US$ 4 milhões, enquanto os investidores retiraram US$ 7 milhões do BTCO da Invesco e US$ 5 milhões do BTCW da WisdomTree.

Apesar do impulso positivo, os volumes de entrada nos últimos 10 dias continuam “relativamente modestos”, segundo Jung. O mercado de criptomoedas e o mercado de ações sofreram volatilidade após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma política tarifária mais agressiva sobre produtos estrangeiros.

Durante esse período, US$ 1,06 bilhão fluiu para os fundos – menos do que a entrada registrada em um único dia em 17 de janeiro.

Bitcoin vs Ethereum: Divergência nos ETFs

O analista também apontou a diferença de comportamento entre ETFs de Bitcoin e Ethereum. Desde 20 de fevereiro, os ETFs de Ethereum registraram saídas líquidas quase diárias, com apenas duas exceções.

“Esse contraste destaca uma diferença clara na confiança dos investidores entre Bitcoin e Ethereum”, disse Jung.

Esse comportamento pode indicar uma abordagem mais conservadora dos investidores em relação a ativos alternativos em meio às incertezas do mercado. Enquanto o Bitcoin continua a atrair capital, mesmo diante de volatilidade crescente, outras criptomoedas enfrentam maior cautela por parte dos investidores.

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