Exclusivo Do heavy metal ao cripto: conheça Maurício Magaldi
Maurício Magaldi é um nome que ressoa tanto no universo cripto quanto no heavy metal. Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, ele trilhou uma jornada singular, unindo paixão, inovação e criatividade. Engenheiro de Produção pela Universidade Federal de São Carlos e com um MBA em Finanças pela FIA, Magaldi começou a carreira no setor financeiro, mas nunca deixou de lado as raízes artísticas.
Baterista e letrista da banda de metal VersOver por mais de duas décadas, ele participou de álbuns, turnês e projetos que marcaram o cenário musical brasileiro. Porém, foi no mundo das criptomoedas que ele encontrou um novo palco. Atualmente, como Head de Produto do projeto Midnight, construindo uma Blockchain voltada para privacidade de dados.
Além disso, ele compartilha seu conhecimento como apresentador do BlockDrops, voltado ao público brasileiro. Aos 47 anos, Magaldi segue unindo suas paixões pela música, tecnologia e inovação, inspirando uma nova geração de entusiastas cripto e mantendo sua essência de metaleiro visionário.
Do interior paulista para terra da Rainha
BeInCrypto Brasil: Como e por que você foi do interior de SP para Terra da Rainha?
Eu vim para Inglaterra depois de velho, já casado e com filhos, há pouco mais de dois anos e meio. E vim em uma oportunidade que o BlockDrops Podcast me abriu.
A 11:FS precisava de alguém com experiência em serviços financeiros, cripto e mídia, e eu estava buscando alguma oportunidade para cair de cabeça na web3, pois já estava acompanhando o mercado cripto desde 2014, então foi a combinação perfeita para aquele momento.
BeInCrypto Brasil: Como conheceu o mercado de ativos digitais?
Meu primeiro contato com cripto foi via whitepaper do Bitcoin em 2014. Demorou para fazer sentido, então eu li algumas vezes até “cair a ficha” e de lá para cá nunca mais parei de estudar esse novo paradigma. Ao me aprofundar nos conceitos e potenciais soluções, fiz vários amigos na comunidade cripto, e nunca mais sai.
Bitcoin e TradeFi – o que mudou?
BeInCrypto Brasil: Você conheceu o whitepaper do Bitcoin em 2014. Há uma década quando você trabalhava no HSBC Brasil. De lá para cá, muita coisa mudou. Quais são as suas impressões?
A legitimação de cripto como uma parte da economia era algo que a gente nem sonhava lá atrás, então ver ETF de cripto s endo negociado em vários lugares do mundo é quase a adolescência dessa indústria. Mas algo que não mudou, e eu espero que não mude, é que todo ano é melhor do que o ano anterior. Mesmo em momentos de bear market, a gente continua melhorando vários aspectos da tecnologia e do ecossistema cripto.
Indústria e a relação com devs
BeInCrypto Brasil: Como pensa os produtos para os clientes como head de produtos da Midnight? Você atua apenas no mercado inglês ou em outros países?
No Midnight eu cubro quatro departamentos, design de produto, gestão de produto, documentação técnica, e relacionamento com desenvolvedores (devrel), e cada uma dessas áreas têm responsabilidades diferentes e complementares.
Design e gestão de produto são as mais entrelaçadas, pois design é responsável por capturar insights do mercado e da comunidade para orientar as funcionalidades do produto, enquanto gestão de produto se ocupa em especificar essas funcionalidades e garantir sua execução dentro do roadmap.
Na ponta final do processo, a gente escreve a documentação que os desenvolvedores vão usar para aprender sobre o sistema e, com devrel apoiamos a comunidade de desenvolvedores para que cresçam e desenvolvam DApps que solucionem cada vez mais os problemas do mundo real.
BeInCrypto Brasil: Como um mentor de blockchain o que você faz exatamente? Poderia contar alguns casos, que considera curioso e o porquê?
Hoje em dia eu tenho bem menos tempo para me dedicar a mentorar fundadores e empreendedores web3. Usualmente eu os ajudo a entender as oportunidades, selecionar os casos de uso, definir o modelo de negócio, levantar capital, se conectar com o ecossistema, escolher a tecnologia mais adequada, entre outras coisas.
No fim das contas, eu acabo me beneficiando muito, pois essas interações também me servem de aprendizado, e me ajudam a expandir meus horizontes sobre o que é possível em web3.
Mercado cripto brasileiro
BeInCrypto Brasil: Como você vê o atual momento do mercado cripto brasileiro?
Vejo com muito bons olhos esse movimento de tornar o Brasil mais amigável a cripto, ainda que com sobressaltos. Esse é o caminho que as indústrias cursam quando passam de movimento fringe, a ser consideradas legítimas e, finalmente, serem motores de crescimento social e econômico.
Em termos de impacto, tem alguns impactos diretos, como entender as mudanças no cenário para que eu possa comentar no BlockDrops com algum grau de credibilidade os casos de usos impactados por isso, e no trabalho de conselheiro que eu ainda exerço em algumas startups.
Indiretamente, eu tento sempre avaliar essas ondas de mudança em relação ao que eu vejo no resto do mundo. Principalmente aqui no Reino Unido, nos EUA, Europa e Ásia.
O que falta para maior adoção real cripto no Brasil e nos outros países da América Latina?
A tese sobre adoção massiva que escrevi em 2022 continua válida, e isso não é necessariamente ruim, é mais uma questão de nuance, pois existe progresso rápido e constante, ainda que não uniforme na indústria nem no mundo.
Três coisas p recisam ser resolvidas para que a adoção real seja possível: educação, melhoria na experiência do usuário (UX), e integração regulatória.
Para os usuários do varejo, atacado, reguladores, legisladores, desenvolvedores. Não estamos falando de uma mudança tecnológica apenas, mas sim de algo paradigmático, que requer uma reorientação dos arcabouços teóricos e práticos em diversos níveis do conhecimento: social, político, democrático, econômico e tecnológico.
Se hoje em dia o cidadão médio não tem sequer uma alfabetização econômica, como esperar que ele prospere quando é preciso uma educação digital para se beneficiar do paradigma descentralizado?
Nem todo mundo – ainda que educado – vai virar um degen, então a indústria não pode construir soluções cuja UX atende 100 milhões de degens no mundo e esperar que a adoção massiva ocorra.
Isso significa olhar descentralização como um espectro, e solucionar para diferentes personas ao longo desse espectro, balanceando usabilidade com segurança. A realidade de ser seu próprio banco são os riscos de ser seu próprio banco.
Integração regulatória: na minha cabeça isso aqui não tem a ver com leis escritas num pdf que fica disponível no site do Diário Oficial da União.
Tem a ver com os reguladores botarem a mão on-chain, e se beneficiarem da nova estrutura de dados descentralizada, definindo arcabouços para diferentes casos de uso, colaborando com a indústria para existirem padrões técnicos e de negócios que previnam crises sistêmicas, ao invés de esperar relatórios disponibilizados meses depois dos eventos ocorridos, com dados oriundos de sistemas que os reguladores sequer têm acesso.
Se o Brasil e a América Latina quiserem realmente competir no palco global da cripto economia, precisam resolver essas questões de maneira regional, e assim pular na frente do resto do mundo.
IA, Bitcoin e memecoins
BeInCrypto Brasil: E sobre o impacto da IA no seu trabalho? Utiliza alguma ferramenta de otimização no seu dia a dia?
A IA tem chegado de maneira muito parcimoniosa no trabalho do dia a dia, pois não podemos arriscar ter a propriedade intelectual daquilo que estamos construindo ser usurpada por um LLM. Estamos usando algumas ferramentas que tem adicionado IA no seu stack, mas sempre olhando o quão profunda é essa intervenção.
No nosso dia a dia, nesse momento, apenas as ferramentas de insight de usuário estão equipadas com IA.
BeInCrypto Brasil: Para 2025, o que espera do preço do Bitcoin e as criptos em geral. Incluindo memecoins e stablecoins?
Eu não costumo comentar preço, então vou falar de funcionalidade.
Acho que preço é algo muito difícil de prever, então vou sair de fininho nessa aqui, mas em termos de mercado, acho que vamos ver dois fenômenos ligados a stablecoins em 2025, não necessariamente nessa ordem:
Os reguladores vão deixar de olhar stablecoins como inimigos da política monetária, e vão passar a regular esse formato de dinheiro digital. Já vemos algumas iniciativas em jurisdições menos importantes, mas isso deve ganhar força com MiCA e demais países do G20, e deve incluir o crescimento na emissão de stablecoins atreladas a outras moedas que não o USD.
As startups de emissão de stablecoin e pagamentos usando stablecoin (o famoso stablecoin sandwich) vão ter uma aceleração enorme, com novos modelos de emissão surgindo, e um aumento na presença de stablecoins em diferentes ecossistemas blockchain, seguido por um movimento de consolidação e/ou padronização, para mitigar a fragmentação de liquidez crescente.
Também acho que o BlockDrops Podcast vai continuar oferecendo insights poderosos para quem quer construir em web3, e talvez até amplie a quantidade de episódios, trazendo um foco ainda maior nas soluções e protocolos.
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