Drex está entre as prioridades do Banco Central — entenda mais
Apesar do avanço do projeto, o Drex ainda é alvo de desinformação e receios, especialmente sobre um suposto aumento do controle estatal sobre a vida financeira dos cidadãos.

O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou na terça-feira (22/04) que o Drex — a versão digital do real — está entre os projetos estratégicos da instituição. Segundo ele, a proposta tem potencial para reduzir custos no mercado de crédito, ampliando o acesso da população a financiamentos mais baratos.
Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Galípolo explicou que o Drex está sendo concebido não como uma simples moeda digital de banco central (CBDC), mas como uma infraestrutura financeira pública. O objetivo é permitir o uso de ativos tokenizados como garantia de crédito, aumentando a eficiência do sistema financeiro e reduzindo riscos.
O presidente destacou que o projeto está alinhado com outras inovações do BC, como o Pix Garantido e o Pix Parcelado, além de melhorias no crédito imobiliário e no avanço do Open Finance. Segundo ele, ‘o Drex está na lista de projetos prioritários da autarquia’.
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Infraestrutura para crédito mais barato
Galípolo defendeu que o Drex permitirá consolidar ativos e informações financeiras em uma única infraestrutura. Isso facilitaria o uso de bens como garantias em operações de crédito, com fluxos padronizados de dados e maior transparência sobre transações empresariais.
Ter a custódia do bem e do ativo numa única infraestrutura para aumentar a colateralização e, por fim, ter um fluxo padronizado de informações e transações financeiras como um birô de crédito, explicou.
A proposta, segundo ele, é criar um ambiente mais confiável para concessão de crédito, o que pode baratear os custos para consumidores e empresas. Ele argumentou que a melhor alternativa para aumentar a competitividade no crédito é ampliar as opções disponíveis ao cidadão.
Em vez de privar o cidadão de algo que ele já está utilizando, o que causa dor, o ideal é tentar oferecer alternativas mais competitivas, afirmou.
Mitos e verdades: o que realmente é o Drex?
Contudo, apesar do avanço do projeto, o Drex ainda é alvo de desinformação e receios, especialmente em relação a um suposto aumento do controle estatal sobre a vida financeira dos cidadãos. Em resposta a isso, o Banco Central publicou um documento esclarecendo mitos e verdades sobre a iniciativa.
Entre os principais esclarecimentos, o BC negou que o Drex representará um mecanismo de vigilância. Diferentemente de algumas narrativas espalhadas nas redes, o Drex não permitirá rastrear mais informações do que as já acessíveis pelo sistema financeiro tradicional.
O órgão destacou que o anonimato completo nunca foi uma característica das transações bancárias, especialmente no Brasil, onde há obrigações legais para evitar fraudes, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Outro ponto enfatizado foi o uso do Drex como uma plataforma de inovação, e não como substituto ao dinheiro em papel ou ao Pix .
O real digital funcionará como um ambiente seguro para desenvolvimento de soluções financeiras baseadas em contratos inteligentes, tokenização de ativos e novas formas de crédito. O BC reiterou que o uso do Drex será voluntário, e que o projeto não visa eliminar o papel-moeda.
Foco na eficiência e inclusão financeira
Além da segurança jurídica e tecnológica, o Drex busca fomentar a inclusão financeira. A expectativa é que pequenos negócios e consumidores que hoje enfrentam barreiras de crédito possam se beneficiar de um ambiente mais competitivo e transparente.
De acordo com o BC, um dos pilares do projeto é o uso da tecnologia de registros distribuídos (DLT) para garantir interoperabilidade, rastreabilidade e integridade das operações. O modelo, no entanto, é permissionado — ou seja, não se trata de uma blockchain pública como no caso das criptomoedas.
No documento, o BC também esclarece que a autoridade monetária não terá acesso direto às informações das transações feitas com Drex. O projeto prevê uma arquitetura de privacidade que separa as camadas de operação das de supervisão, preservando a confidencialidade dos dados dos usuários.
O Brasil aposta no Drex enquanto os EUA estimulam stablecoins
Segundo Fábio Araújo, coordenador do Drex no BC, a visão dos Estados Unidos de estimular stablecoins privadas em vez de CBDCs não é tão distante da proposta brasileira.
Nossa CBDC não é para o usuário final. Ele só usará o Drex de varejo emitido por entidades privadas, que é análogo às stablecoins privadas que já existem, explicou.
No modelo do Drex, o real digital emitido pelo BC ficará sob custódia dos bancos, lastreando as versões emitidas por instituições financeiras para o público. Dessa forma, ao contratar serviços financeiros com Drex, o saldo do usuário será convertido em Drex tokenizado pela instituição, com lastro garantido junto ao BC.
Fonte: ipld.com.br
Segurança e comparativo com stablecoins estrangeiras
Ademais, a custódia dos tokens de varejo no Banco Central é apontada como um diferencial em relação a stablecoins internacionais. Araújo citou o caso da USDC, que perdeu paridade com o dólar após a quebra do Silicon Valley Bank.
No Brasil, já temos uma infraestrutura pública para isso: as instituições de pagamento colocam seus depósitos na custódia do BC, que é a forma mais segura de lastrear, afirmou.
Além disso, o coordenador do projeto esclareceu que o Drex não permitirá rastreamento de localização geográfica dos usuários. ‘Essa não é uma funcionalidade prevista no projeto’, garantiu.
Por fim, sobre bloqueios de conta, Araújo disse que o Drex seguirá a mesma lógica do sistema financeiro atual. O BC pode atender às determinações judiciais, solicitando o bloqueio a bancos e instituições de pagamento, mas não há mudança quanto à possibilidade de interferência direta.
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