Indicador está mascarando previsões do Bitcoin, segundo analista

Um analista financeiro criticou publicamente o uso de dados globais de oferta monetária M2 para prever movimentos de preço do Bitcoin (BTC), chamando tais análises de matematicamente insustentáveis e enganosas.

A crítica surge em meio a um aumento na oferta monetária global M2 para um nível recorde. Vários analistas estão prevendo tendências semelhantes para o BTC.

O analista, conhecido como TXMCtrades, compartilhou suas opiniões no X (antigo Twitter). Ele apontou especificamente para um gráfico do investidor macro Raoul Pal que comparava o preço do Bitcoin ao M2 global.

O perfil TXMCtrades argumentou que traçar o M2 global em bases diárias ou semanais é metodologicamente falho, já que as frequências de atualização dos dados subjacentes variam significativamente entre os países. Segundo ele, isso compromete a integridade da análise ao amplificar oscilações de curto prazo, em vez de refletir com precisão as tendências estruturais de longo prazo.

Pessoal, vocês não podem criar uma série temporal diária ou semanal de “M2 Global” quando os Estados Unidos atualizam o M2 apenas semanalmente e todos os outros mensalmente! dizia o post .

Ele explicou que muitos países ainda não atualizaram seus números além de fevereiro, criando lacunas no conjunto de dados. TXMCtrades afirmou que essa inconsistência resulta em uma métrica que em grande parte reflete flutuações cambiais (FX) em vez de dinâmicas reais de oferta monetária.

Você está olhando para uma taxa de câmbio inversa ponderada pelo M2 95% do tempo. Seja melhor em matemática! ele acrescentou.

Ele também destacou preocupações mais amplas sobre o uso indevido do M2 global . O analista enfatizou que a China, que constitui 46% do M2 global, é a única grande economia com uma oferta monetária ampla acima de seu pico pós-COVID em termos de dólar. 

Eles estão atualmente tentando sair de uma deflação de dívida de vários anos e estão fazendo um trabalho bem ruim nisso. O M2 deles só sobe, comentou TXMCtrades.

Referência nos EUA foi falha?

Enquanto isso, o M2 dos Estados Unidos permanece abaixo do pico registrado em 2022. Segundo o analista, sua taxa de crescimento atual é a mais lenta desde a criação do Bitcoin, com exceção do período entre 2022 e 2024. Esse cenário indica que os EUA não estão passando por uma expansão acelerada da oferta monetária — fator que pode influenciar diretamente a trajetória da inflação e outras dinâmicas macroeconômicas.

Essa disparidade, argumenta TXMCtrades, enfraquece ainda mais a confiabilidade do M2 global como um preditor dos movimentos de preço do Bitcoin. O analista também contestou o uso de “compensações aleatórias” para alinhar o M2 global com os movimentos de preço do Bitcoin, um método empregado por vários analistas.

Por exemplo, Raoul Pal sugeriu um atraso de 12 semanas entre o M2 global e o preço do Bitcoin. Enquanto isso, Colin Talks Crypto propõe um atraso de 15,4 semanas. Já Mr. Wall Street estima o atraso entre 10,7 e 15 semanas . Alguns até estenderam a correlação do M2 para prever preços de altcoins , como a Solana (SOL).

A SOL tem seguido a oferta monetária global M2 (+100 dias) em suas duas últimas subidas. Se isso continuar, SOL está prestes a subir massivamente nas próximas 2 semanas, postou o analista Curb postou .

No entanto, o analista afirmou que as compensações são, muitas vezes, arbitrárias. Para ele, esses ajustes não refletem as dinâmicas reais da oferta monetária nem dos preços dos ativos.

Dinheiro é dinheiro, não tem tempo de espera, ele afirmou.

O analista argumentou que esses modelos sofrem de sobreajuste aos dados históricos recentes, o que compromete sua validade como ferramentas de previsão. Ao final, TXMCtrades fez um apelo por maior rigor na análise financeira , pedindo que os analistas “parem de proliferar interpretações enganosas” e passem a adotar metodologias mais consistentes do ponto de vista matemático para compreender a dinâmica de preços no mercado de criptomoedas.