Last updated: Abril 3, 2025 12:00 BRT
Changpeng Zhao (CZ), fundador e ex-CEO da Binance, expressou recentemente preocupações sobre projetos de inteligência artificial (IA) que estariam lançando criptomoedas sem uma utilidade clara. Em um post no X, CZ afirmou que muitos desenvolvedores de agentes de IA focam muito mais em seus tokens do que na utilidade real do agente.
Por isso, aconselhou os desenvolvedores a “criar um agente realmente bom primeiro”. Então, só depois que essa parte estiver pronta, eles devem lançar um token, já com uma utilidade mais clara para o mercado.
As críticas recentes ecoam declarações anteriores de CZ sobre IA e criptomoedas. Aliás, ele já havia sugerido que a grande maioria dos agentes de IA não precisa de tokens.
No dia 17 de março, ele argumentou que, embora um token possa servir como moeda para IA, nem todo agente requer seu próprio token nativo.
Em vez disso, recomendou que os agentes de IA cobrem taxas em criptomoedas já existentes e lancem um token somente quando alcançarem a escala necessária.
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Relação entre agentes de IA e blockchain gera dúvidas
Os comentários de CZ surgem em meio a preocupações mais amplas sobre o crescimento de agentes de IA e sua integração com a tecnologia blockchain.
Afinal, o uso de IA em criptomoedas se expandiu significativamente. Agora, agentes de IA participam de negociações, executam contratos inteligentes e gerenciam organizações autônomas descentralizadas (DAOs).
Too many AI agent developers focus too much on their token and not enough on the agent's usefulness. I recommend making a really good agent first.
Only launch a token when there is product-market fit.
— CZ 🔶 BNB (@cz_binance) April 2, 2025
No entanto, os críticos argumentam que muitos projetos usam a IA apenas como uma forma de marketing para justificar o lançamento de um token.
Líderes da indústria expressaram preocupações sobre os riscos potenciais da IA. Por exemplo, o cofundador do Ethereum Vitalik Buterin alertou recentemente sobre os perigos de a IA se tornar muito poderosa e desregulamentada.
Especialistas já propõem o uso de sistemas de identidade descentralizada (DID) para garantir que agentes de IA possam ser rastreados e responsabilizados por suas ações.
On AI agents, I have an unpopular opinion:
While crypto is the currency for AI, not every agent needs its own token.
Agents can take fees in an existing crypto for providing a service.
Launch a coin only if you have scale. Focus on utility, not tokens.🙏
— CZ 🔶 BNB (@cz_binance) March 17, 2025
Ingo Rübe, fundador do protocolo de identidade descentralizado KILT, sugeriu que os agentes de IA tenham credenciais verificáveis. Elas seriam semelhantes às certificações humanas e teriam como objetivo garantir uma maior credibilidade e responsabilidade.
AI done wrong is making new forms of independent self-replicating intelligent life
AI done right is mecha suits for the human mind
If we do the former without the latter, we risk permanent human disempowerment. If we do the latter, flourishing superinteligent human civilization
— vitalik.eth (@VitalikButerin) January 10, 2025
O papel da descentralização na regulamentação da IA
Além disso, uma solução proposta para mitigar riscos relacionados à IA em criptomoedas é atribuir responsabilidade financeira aos agentes de IA.
Rübe defende um sistema em que os desenvolvedores precisem depositar garantias na blockchain ao lançar um agente de IA. Funcionaria como um mecanismo de seguro. Ou seja, se o agente de IA se comportar de forma maliciosa ou causar danos, os usuários afetados poderão reivindicar uma indenização.
Esse conceito reflete a maneira como as certificações do mundo real funcionam. Portanto, garantiria que os agentes de IA atingissem padrões mais elevados de confiança e transparência.
A abordagem ajudaria a evitar a manipulação orientada por IA na negociação de criptomoedas, incluindo wash trading e spoofing .
Já há um número grande de projetos de criptomoedas que aproveitam a IA para automação de contratos inteligentes, pesquisa de investimentos e processos de governança.
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