Ethereum deve sofrer ainda mais com avanço de rivais, diz Financial Times

Especialistas do Financial Times afirmam que rivais como Solana (SOL) e Cardano (ADA) estão ganhando espaço enquanto a rede Ethereum luta para manter sua relevância.

Nos últimos três meses, o ETH caiu 40%, sendo negociado a US$ 2.078. A queda superou a de outras grandes criptomoedas, incluindo BTC e SOL. Analistas veem esse desempenho como reflexo da perda de confiança dos investidores no uso da rede para aplicações financeiras.

Memecoins crescem e blockchains mais rápidas ganham destaque

Geoff Kendrick, chefe de pesquisa de ativos digitais no Standard Chartered, comparou o momento do Ethereum a uma “crise de meia-idade”. Ele citou problemas em atualizações recentes e a dependência cada vez maior das redes de segunda camada (Layer 2) para processar transações.

“Ethereum se tornou uma commodity”, afirmou Kendrick. Para ele, transferir as taxas de transação para essas redes terceiras enfraquece a proposta de valor da rede.

Carol Alexander, professora de finanças da Universidade de Sussex, reforçou que o potencial do Ethereum no setor DeFi parece cada vez mais distante. “A visão das finanças descentralizadas hoje está mais longe do que há um ano”, declarou, destacando a frustração do mercado.

Enquanto isso, blockchains como a Solana atraem mais usuários. Elas oferecem taxas mais baixas e transações mais rápidas. O relatório mostrou que o volume de negociações com memecoins, principalmente na rede do SOL, gerou US$ 721 milhões em taxas nos últimos seis meses.

A blockchain Ethereum, em comparação, arrecadou US$ 824 milhões no mesmo período, segundo dados da Nansen.

Futuro do Ethereum segue incerto

Ademais, Adam McCarthy, analista da Kaiko, disse que o Ethereum perdeu apelo. “A maioria das pessoas não se interessa mais. Mesmo com avanços técnicos, há muita concorrência pela atenção”, afirmou.

David Lawant, chefe de pesquisa da FalconX, também vê o ETH perdendo suporte. Ele apontou que, em março, ETFs dos EUA registraram saídas líquidas de US$ 401 milhões, anulando todos os aportes do ano.

Esse cenário revela uma mudança profunda no mercado cripto. Atualmente, o foco está no comércio especulativo, liderado pelas memecoins. Ao mesmo tempo, o espaço para aplicações financeiras complexas — antes a promessa central do Ethereum — perde relevância.

Além disso, a falta de regulamentação e a baixa adoção por instituições tradicionais dificultam o avanço do mercado DeFi. Sem regras claras e com o mercado cada vez mais fragmentado, o papel do Ethereum como principal rede de inovação financeira se torna cada vez mais incerto.

Fonte: Financial Times

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